Eu gosto assim, de encará-los de frente.
Meus medos, inseguranças, erros.
Quando aparece alguém que me mostra todos esses demônios é difícil.
São fruto da minha falta de experiência, da minha falta de maturidade, irresponsabilidade, imprudência. Será sempre doloroso lidar com eles, vergonhoso, inaceitável.
Tenho medo do monstro verde, grande, que vejo por aí, tem a capacidade de destruir vidas, relacionamentos, amizades, empregos, pessoas, o amor.
Ele é o ying do meu yang. O escuro do claro. O ódio do amor, o desespero da felicidade, a lágrima do sorriso. A rejeição do abraço. O desprezo da recepção. O preconceito da compreensão. A aversão da compaixão. A ansiedade da tranqüilidade. A maldade da bondade. A preguiça da determinação. A depressão do bem resolvido. A procrastinação da assertividade.
Não gosto do monstro verde, tento deixar ele bem escondido, Não o alimento, tento matar ele de fome.
Quando alguém tenta alimenta-lo é difícil controlar. O mais difícil ultimamente tem sido ser mau interpretada. Aprender a lidar com um problema, elaborar a estratégia, ser honesto, altruísta. Mas, ser mau interpretado, e daí, facilmente acessam um deles, o orgulho, e junto com ele todas as vezes que ele ressuscitou por ter sido desprezado ou incompreendido.
Não o alimento, deixo o outro pensar o que quiser. Não quero acorda-lo. Não quero passar noites em claro, ansiosa, não quero ficar esperando mensagens ou discutindo infinitamente. É mais fácil, apesar de difícil, tentar engolir e conceber a idéia de que aquela pessoa não pertence ao seu mundo, de que sim, minha imagem está arranhada. De que, sim, ser reservado é sim, melhor do que se expor. E aí está outro demônio, seja bem-vindo e me lembre sempre da sua existência, não quero mais passar por isso. Não agüento mais. Que seja a ultima vez.
Mas calma, amanhã é outro dia, daqui a pouco tem uma semana, daqui a pouco tem um mês. Mas demônio, fique aí. Preciso de você.
Enquanto espero os segundos, os minutos, as horas, os dias e as semanas passarem eu vou lidando com outros demônios, é, eles nunca estão em falta. Esse é o demônio da irresponsabilidade. Se dedicar aos estudos agora já que não me dediquei no passado. Não falta coisa para fazer.
Impotência? Não. Escolha.
Minha opção é me preservar, o demônio da aversão não me deixa esquecer. Obrigada, demônio. Obrigada principalmente por não virar o monstro verde e não me abandone, por favor. 😀